Selecionado pelo Curta Vitória a Minas, Josias, o maçariqueiro e poeta de Antônio Dias, em Minas Gerais, decidiu transformar em filme a solidão e a tristeza de um casarão abandonado na cidade. Aos 59 anos de idade, ele estudou até a 4ª série e sempre trabalhou em serviços temporários. Viajou para trabalhar no Espírito Santo e em outros estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Pará. “A única coisa que sempre pensei em fazer foi Artes Plásticas. Gosto de desenhar, mas nunca visitei uma galeria de arte. Desde os 14 anos componho poesias e letras para música. A inspiração chega do nada, decoro, gravo na cabeça, e quase não escrevo no papel. Depois que pinta uma frase, vou completando. Estou peneirando a areia e pensando nos versos. Fiz esta poesia há mais tempo, mas nunca pensei que pudesse transformar em filme. Conheço o casarão desde pequeno, fez parte da minha infância. Lá existiam muitas árvores frutíferas, como cajá, manga, goiaba, que não existem mais. Quero que o filme chame a atenção para o prédio que hoje está abandonado e deteriorado”.