Narrador 1 O instituto marlin azul apresenta “O Bicho do Buraco”.
Narrador 2 Este podcast faz parte do Projeto Cine Animazul, realizado pelo Instituto Marlin Azul, com recursos do Funcultura, Secretaria de Cultura do Governo do Estado do Espírito Santo.
Narrador 1 “O Bicho do Buraco” é um filme de animação de curta metragem realizado pelos alunos da Escola de Ensino Fundamental Benônio Falcão de Gouveia, de Itaúnas, Espírito Santo. Vamos conhecer mais sobre o filme?
Narrador 2 No início do filme, uma narração apresenta uma aldeia e conta que, entre a aldeia e as dunas, havia a mata que não deixava a areia chegar na aldeia.
Essa vai ser uma questão central pro filme. O bicho do buraco é um tatu gigante que devorava todos que faziam alguma coisa errada.
Narrador 1 Mas os moradores da aldeia estavam insatisfeitos porque queriam se livrar do tatu.
Narrador 2 O tatu gigante tem toda a pinta de monstro, mas não é só isso. Tem algo muito importante no personagem do tatu e que é o modo como ele mantinha um equilíbrio na região.
Narrador 1 É verdade. Quando os habitantes da aldeia contratam um matador e se livram do tatu gigante, esse ato de violência se volta contra eles pois, sem o tatu, todos passam a fazer coisas erradas, e a coisa mais grave foi cortar as árvores, o que fez com que a areia soterrasse a aldeia.
Narrador 2 Então, o tatu gigante que parecia ser um monstro era quem impedia que uma catástrofe natural ocorresse.
Narrador 1 É porque o tatu gigante simboliza uma espécie de consciência da aldeia. É ele que faz com que as pessoas ajam corertamente.
Narrador 2 Ele devora todo mundo que faz coisa errada. Mas isso tudo é só pra garantir a sobrevivência de todos. Ele simboliza a necessidade de um comportamento moral.
Narrador 1 Mas isso não tem a ver com nenhum tipo de moralismo que fique vigiando a vida alheia. A necessidade ali era a de se ter um comportamento moral que garantisse o bem da coletividade. Tanto que, no momento em que todos passam a fazer o que bem entendem sem pensar no coletivo, o resultado é catastrófico para todos.
Narrador 2 É sempre importante pensarmos no bem de todos. Somos seres sociais e precisamos priorizar o bem da coletividade.
Trecho do filme “… E eles fizeram tudo tão errado e por tanto tempo que cortaram todas as árvores em volta da aldeia, e as dunas escorreram e destruíram todas as casas”.
Narrador 1 E não é que foi isso o que aconteceu na antiga vila de itaúnas? Então podemos dizer que essa é uma história baseada em fatos reais.
Narrador 2 Mas sem tatu gigante, né?
Narrador 1 Na verdade, a forma como a história é contada se aproxima muito das narrativas míticas. Isso porque o tatu gigante ajuda a explicar a origem da região, e também tem um apelo moralizante, como muitas narrativas míticas, desde a antiguidade.
Narrador 2 É… E o ser humano sempre precisou dos mitos. Durante muito tempo, os mitos explicavam tudo. Mas depois, veio a filosofia, a ciência e tipos de conhecimento que colocaram a razão e a lógica no centro da cena.
Narrador 1 Mas nem por isso o ser humano passou a viver sem mitos. Muitos super-heróis, por exemplo, são considerados mitos modernos.
Narrador 2 Os mitos existem nas mais diversas culturas. E sempre fizeram parte da existência humana.
Narrador 1 Hum… Então o tatu gigante nos ajuda a entender o que aconteceu na antiga vila de itaúnas ao mesmo tempo em que nos dá um bom exemplo de conhecimento mítico.
Narrador 2 Sem esquecer que, de fato, houve uma aldeia que foi coberta pelas dunas porque os seres humanos cortaram todas as árvores que ficavam entre as dunas e a aldeia.
Narrador 1 Então o filme conta um fato real, uma aldeia invadida pelas dunas, mas com muita criatividade e imaginação.
Trecho do filme “Hoje em dia, existe outra cidade bem do lado das dunas, e todos ainda fazem tudo errado. Mas tomara que um dia tenha outro tatu pras pessoas começarem a fazer tudo certo”.
Narrador 2 E que bom que temos a imaginação pra tornar tudo mais colorido!
TEXTO Alexandre Guerreiro NARRAÇÃO Mariana Lindenberg de Azevedo e Gui Castor
Era uma vez…
Com esta frase o filme inicia nos sugerindo a narrativa de uma lenda, mas na verdade ele une o elemento mitológico à realidade: fala da existência de um tatu gigante que habitava a antiga Vila de Itaúnas (no norte do ES), cuja existência teria relação com o episódio histórico de soterramento de areia à vila por movimentação das dunas.
O bicho que vivia num buraco nas dunas de areia – um imenso tatu – devorava todos os que se comportavam fora dos padrões ‘positivos’ a eles ensinados, o que incomodava os moradores da Vila que não queriam limites nem sociais, nem ambientais. Na busca de se “libertarem” para poderem se comportar sem compromissos socioambientais, contratam um caçador experiente para eliminar o tatu. Após a morte do tatu, os moradores da vila desmatam toda a vegetação que protegia as dunas, produzindo um desastre ambiental, pois, sem a proteção, as dunas se movimentam e assim, soterram a vila. Os moradores são, então, forçados a abandonar tudo e a reconstruir a vila do outro lado do rio.
O filme torna um evento real em fabulação por meio da história do tatu. Converse com os alunos sobre as possibilidades de fazer isso com suas comunidades.
5º Festival Internacional Pequeno Cineasta – RJ;
9º Baixada Animada – Mostra Iberoamericana de Cinema de Animação – RJ;
3º Maranime – Festival Maranhense de Animação – MA;
4º FECIN – Festival de TV e Cinema do Interior – ES;
15ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis – SC;
XI Mostra Produção Independente – CENÁRIOS;
II Edição Cine Jardim – Festival de Cinema de Belo Jardim – PE;
2º Cine.Ema - Festival de Cinema Ambiental e Sustentável de Cachoeiro de Itapemirim – ES;
6º Festival Internacional de Animação de São Gonçalo – Anima-São;
6º CURTA COREMAS – Festival do Audiovisual – PB;
Roteiro, Direção e Animações
Alunos da Escola Benônio Falcão de Gouveia
Orientação de Roteiro
Rosaria
Orientação de Animação
Rosaria
Marcelo Perin
Produção das Oficinas
Gabriela Nogueira
Sheila Shunk
Yvana Belchior
Edição e Finalização
Marcelo Perin
Equipe de Finalização
Ariane Piñeiro
Benício Ramos
Irson Barbosa
Marinéia Anatório
Trilha, Edição de Som e Mixagem
Pedro de Alcântara
Narração
Fernanda Boechat Machado
Coordenação Técnica
Nildo Neves
Assessoria de Comunicação
Simony Leite
Coordenação Administrativa
Patricia Cortes
Coordenação Geral
Beatriz Lindenberg
Realização
Instituto Marlin Azul
realização
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